Uma vinha a passar os 80 anos de idade, com várias falhas derivadas de um parcial abandono durante alguns anos. Numa zona de intensa exposição e com enormes afloramentos de xisto à superfície onde nem uma única erva subsiste. As gentes da Quinta depressa a apelidaram de “Vinha do Abandonado”. Durante anos tentamos recuperar a vinha e replantar as videiras desaparecidas. Até que desistimos. Apesar de todo o nosso cuidado apenas as cepas mais velhas eram capazes de subsistir em condições tão extremas. Em 2004 decidimos isolá-la pela primeira vez na adega da Quinta da Gaivosa. Revelou imediatamente uma personalidade e carácter únicos. Decidimos engarrafá-lo em homenagem às igualmente únicas vinhas velhas do Douro, que um dia desaparecerão. Hoje as celebramos.
Castas: Tinta Amarela Touriga Franca, Touriga Nacional, Sousão, outras (mais de 25 castas autóctones).
Nota de Prova: Cor rubi profunda. Grande complexidade e frescura aromática, com invulgares (mas típicas da vinha do Abandonado) notas balsâmicas e de alcatrão, alcaçuz e frutos pretos. Boca plena de harmonia, com intensidade mas também delicadeza, mineralidade e uma extraordinária pureza da fruta. Sente-se o xisto dos solos, a floresta circundante, a frescura da altitude, numa pura expressão da natureza da vinha. Um exercício de pura elegância e classe de uma das mais icónicas vinhas do Douro e de Portugal.
Vinificação: Desengace total. 9 dias de fermentação a 20-22ºC. 10 dias maceração.
Estágio: 22 Meses em barricas novas e de 2ºano de carvalho francês e português.
Gastronomia: Carne vermelha, carne de caça, queijos.
Potencial de Envelhecimento: 25 a 30 anos
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